Vamos propor um exercício. Mas, dessa vez, um de pensamento. Imagine uma casa de madeira sustentada por algumas estacas compostas do mesmo material. Palafitas, se quiser. Agora imagine que o residente se canse de morar em um ambiente frágil e instável, pois isso o limita em algumas situações. Então, a mudança: a madeira dá lugar a tijolos e cimento. Uma vez precária, agora a casa se mostra forte e pomposa. Mas as estacas continuam as mesmas, intocadas e esquecidas. Não parece muito inteligente, não é mesmo?
Podemos usar um pouco dessa lógica para o nosso corpo.
Ao pensar em exercícios físicos, não é difícil focarmos no externo, no estético e lugar comum, e esquecermos das “estacas” que nos sustentam. Todos nós possuímos uma unidade de 29 pares de músculos de suporte para a região pélvica, lombar e bacia. A ela damos o nome de “core”. Esse grupo é responsável pela estabilidade do corpo e por gerar força, mesmo sem promover um desenvolvimento significativo do corpo.
Assim fica claro que – e por que – o treinamento do core é um aliado de extrema importância para a realização de exercícios físicos. Um core forte e estável garante potência, podendo ser o que separa a perfeita execução de um movimento ou a falha do mesmo. Além disso, grande parte dos músculos superiores encontram sustentação nessa cadeia muscular, ou seja, a otimização desse conjunto de músculos influencia diretamente no trabalho voltado para os outros que o cercam.
Treinamento Funcional
As definições de treinamento funcional e ‘Core Training’ se confundem. É possível até dizer que o treinamento de core é uma utilização mais específica do treino funcional, uma vez que os objetivos são parecidos: estabilidade, força e resistência. Porém, o fortalecimento dos músculos centrais do corpo é encarado como um suporte aos exercícios mais completos e que envolvem outros músculos. Os dois trabalham em um tipo de reação em cadeia, onde fortalecer o core aprimora o treinamento funcional, e este melhora o desempenho de atividades básicas do cotidiano e esportivas.
O treino também é mais divertido, saindo da monotonia de exercícios comuns, ao se utilizar de elásticos, cordas, bolas, cones, discos e hastes. Em alguns casos as sessões também podem ocorrer em espaços abertos, como em parques ou na praia. Utiliza-se a instabilidade de alguns desses objetos e solos para a evolução da estabilidade do corpo, prevenindo lesões e promovendo a diminuição de dores na coluna.