Canelite tem o nome técnico de síndrome do stress tibial medial (SSTM).
É uma inflamação que se inicia no periósteo, membrana que envolve a tíbia, o principal osso da perna, podendo ocorrer também edema ósseo no local. É causado pelo excesso de atividade física de impacto e por isso é frequente nos atletas de corrida.
Existem teorias diferentes, mas a causa exata não está provada. A teoria inicial é que seria causada por microfraturas no osso, devido ao impacto repetitivo e as teorias mais novas sugerem que na verdade seja inflamação induzida por tração dos músculos que se inserem na parte posterior da tíbia. Esses músculos são músculos que contraem na fase de impulsão da corrida promovendo a flexão plantar (movimento do pé pra baixo para gerar a impulsão).
Também se pensava que a SSTM era o início de uma fratura de stress, porém estudos demonstraram que existem diferenças anatômicas e biológicas nas duas patologias.
Clinicamente o paciente sente dor persistente na parte interna da perna, essa área fica mais sensível e pode haver um inchaço associado.
Os fatores predisponentes à Síndrome do Stress Tibial medial:
Se surgirem sintomas semelhantes aos descritos associados à prática de esportes com impacto, procure o médico ortopedista para uma avaliação clínica minuciosa. O exame de ressonância magnética pode auxiliar no diagnóstico.
O tratamento inicial vai consistir em CRIOTERAPIA (aplicação de gelo).
REPOUSO RELATIVO (o paciente deve interromper temporariamente os treinos com impacto mantendo as outras atividades normais do dia-a-dia).
ANTI-INFLAMATÓRIOS (para alívio da dor e melhora do edema).
FISIOTERAPIA (com objetivos de analgesia, fortalecimento e alongamento dos músculos envolvidos).
Com a melhora dos sintomas nas primeiras semanas, o paciente pode progredir com o treino de força e manter uma rotina de alongamento principalmente dos músculos posteriores.
O retorno aos esportes de impacto será gradual com volume de treino reduzido inicialmente e aqueles fatores predisponentes à Síndrome do Stress Tibial Medial devem ser modificados para não haver recorrência dos sintomas de canelite.
Autor: Dr Jorge Rafael Wenke – #30tododia