Quem nunca, ao praticar alguma modalidade esportiva, sofreu uma entorse de tornozelo?
Pois bem, essa é uma das patologias mais comumente encontradas nos consultórios de ortopedistas ou nas emergências ortopédicas nos hospitais e clínicas. Acredita-se que a cada 10.000 pessoas durante um dia, uma tenha entorse de tornozelo. No geral, é a articulação mais lesada durante a prática de esportes.
É uma lesão articular na qual algumas fibras do ligamento de sustentação são rotas, mas a continuidade do mesmo permanece sem ocorrer fraturas ou luxações.
O tornozelo é uma articulação tipo pinça, na qual encontramos a região interna chamada maléolo medial (tíbia), e a região externa chamada de maléolo lateral (fíbula) e inseridos a eles encontramos os ligamentos. Esses ligamentos são compostos por 2 sistemas principais (ligamentos laterais externos e internos) e 2 sistemas acessórios (ligamentos anteriores e posteriores). As estruturas laterais são muito mais vulneráveis a lesão e o mecanismo causal mais comum é a “torção” do tornozelo, por inversão do pé (pé vira pra dentro) associado a flexão plantar (pé vira pra baixo).
Quais esportes mais predispõem ao entorse? Voleibol (principalmente durante a aterrissagem após algum salto de bloqueio ou ataque), futebol, basquetebol, corridas em terrenos irregulares, entre outros.
Pode ser usada uma tornozeleira, alguns tipos de enfaixamentos, e até órteses. Estas medidas podem ser usadas tanto na prevenção quanto na reabilitação das lesões. É importante também o treinamento proprioceptivo e sensório-motor do atleta, além de melhora do gestual esportivo.
As entorses do tornozelo e pé podem causar 3 tipos de lesões:
Por sorte, o mais comum é o estiramento ligamentar grau I ou II, que após o tratamento adequado não costuma deixar nenhum tipo de sequela.
Cada tipo de lesão tem seu tratamento específico. Para as lesões do tipo estiramento grau I e grau II devemos fazer imobilização, repouso com uso de muletas e afastamento das atividades pelo menor tempo possível, gelo de 2/2 horas nas primeiras 48 horas, elevação do membro, compressão local para diminuição do inchaço, além de analgesia e anti-inflamatórios.
De fundamental importância é o trabalho fisioterápico precoce, com ênfase no trabalho de fortalecimento muscular, cinesioterapia e propriocepção.
Nas lesões grau III devemos realizar todas as observações acima, além de em alguns casos ser necessário o procedimento cirúrgico para reparo ou reconstrução ligamentar. O objetivo do tratamento é o retorno precoce às atividades, com remissão da dor e do inchaço e ausência de instabilidade articular.
É muito importante, após esse tipo de lesão, procurar ajuda ortopédica, pois o não diagnóstico, e consequentemente o não tratamento de determinadas lesões, tais como as cartilaginosas, podem abreviar a carreira do atleta.
Autor: Victor Titonelli – #30tododia