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Exercício físico x imunidade

Exercício físico altera a imunidade

Muitos já ouviram alguns conselhos, até mesmo do próprio professor de educação física, quando estava doente, com resfriado, por exemplo, para não frequentar a academia ou não praticar seu esporte.

Afinal, você poderia ficar ainda pior. Será isso uma verdade? O exercício pode piorar a defesa do organismo?

Para responder essa pergunta precisamos entender o que é o sistema imune e como o exercício é capaz de alterá-lo. Temos dois tipos de defesa:

  1. Imunidade inata que é a nossa primeira linha de defesa, não precisa ter tido contato prévio com o agente infeccioso (bactéria/vírus/fungo) e não é específica, ou seja, combate qualquer coisa, a qualquer momento.
  2. Imunidade adquirida  é aquela que, após exposição prévia ao agente infeccioso, adquire memória. O organismo já está preparado para uma defesa mais específica e produz anticorpo para evitar o desenvolvimento da doença.

Conforme a intensidade e a duração do exercício, todas nossas defesas, inata ou adquirida, podem ser alteradas.

Essas alterações dependem das influências hormonais (cortisol/catecolaminas) e de alguns  fatores associados como: qualidade do sono, se houve repouso muscular adequado, se há regularidade do exercício ou se a alimentação está correta. Quanto ao tipo de exercício foram observadas alterações similares tanto nos aeróbios (ciclismo, corrida, caminhada) quanto no resistido (musculação).

O que mais parece alterar as respostas imunes de fato seria a intensidade da atividade física.

As alterações imunológicas promovidas pelo exercício podem ocorrer tanto em curto prazo quanto em longo prazo.

  • Em curto prazo (agudas):

Em geral, ocorre o aumento das células de defesa, considerando atividades leves ou de curta duração. Já atividade física aguda intensa, exaustiva, prolongada (maior que 2h), segundo estudos realizados, estaria relacionada à queda da defesa, tornando mais suscetível a infecções, principalmente virais, como doenças herpéticas (herpes labial), faringites e infecções das vias aéreas superiores (resfriado comum). O exercício intenso, sem recuperação muscular, também promove maior lesão músculo-esquelético, com exacerbação do processo inflamatório, maior fadiga muscular e redução do desempenho.

Principalmente em atletas de alta performance, observa-se uma diminuição transitória da resposta imune,  durante 3 a 72 h após término do exercício, o que chamamos de “Janela aberta”. Esse período, em que há maior chance de adquirir infecções, pode ser estendido se o atleta não descansar adequadamente.

Observa-se também que, após treinamento excessivo, os atletas possuem menos saliva e menos imunoglobulina (um anticorpo que protege contra infecções virais e bacterianas nas nossas mucosas) e consequentemente maior risco de infecções de vias aéreas superiores e dor de garganta, podendo durar de 1 a 3 dias.

Assim sendo, devemos estar atentos aos treinos excessivos, intensos e consecutivos, nos quais não ocorre um descanso adequado, levando a mais infecções como também queda no desempenho esportivo.

  • Em longo prazo:

Prática de exercício físico regular de leve a moderada intensidade promove melhor resposta imune à pessoa,  com menor incidência de infecções bacterianas e virais. Além disso, o exercício possui efeitos anti-inflamatórios, podendo reduzir a incidência de alguns cânceres como o de mama e do intestino (cólon). Ele ainda previne contra a demência e serve como tratamento de outras como asma e a hipertensão arterial.

Respondendo à pergunta inicial, se você está resfriado, deve evitar exercícios muito intensos, pois estes podem piorar a defesa do organismo, bem como causar outras doenças associadas ou prolongar a já adquirida.

Portanto, “maneirar” no seu esporte é válido. Associe isso a uma boa alimentação e um descanso adequado. Seguindo essas dicas seu retorno ao esporte será bem sucedido e seu desempenho será mantido quase em sua totalidade. O ideal é que o retorno à atividade esportiva seja avaliado pelo seu médico do esporte.

    Se você deseja menos infecções, menos doenças e melhor capacidade de defesa imunológica, pratique exercícios de forma regular e sem exageros sob supervisão do seu Médico do Esporte e de seu Educador Físico.

Dr. Walter Rosamilia Kantovitz com colaboração Dra. Natália M. Guardieiro Medicina do esporte USP.

Bibliografia:

  1. Walsh, N. et al. Position Statement Part One: Immune function and exercise, 2011
  2. Gleesson, N et al. The anti-inflammatory effects of exercise: mechanisms and implications for the prevention and treatment of disease , 2011
  3. Thomas, J. The anti-inflammatory effects of exercise: mechanisms and implications for the prevention and treatment of disease, 2013
  4. Guia de Imunização do Atleta Profissional SBIm, 2014

 

Autor: Marcello Paiva – Site 30tododia