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Exercício físico aumenta número de novos neurônios e diminui a ansiedade

Até bem pouco tempo, acreditava-se que o cérebro humano não tinha a capacidade de se regenerar. No início do século 20, por exemplo, estudos declaravam que era impossível ocorrer a renovação neural no cérebro humano, ou seja, novos neurônios não poderiam nascer.

Na década de 60, um estudo do Massachusetts Institute, nos EUA, mostrou que novos neurônios poderiam nascer no cérebro de cobaias. A descoberta foi ignorada pela sociedade científica, até porque acreditava-se que poderia haver algum problema em adicionar novos neurônios no cérebro humano, o que poderia ser um grande desastre. Imagine as redes complexas que são formadas entre os neurônios e as consequências que poderiam ocorrer com a modificação dessas vias.

Na década de 90, novas descobertas elucidaram esse mundo ainda desconhecido e concluiu-se que novos neurônios podem nascer e aparecer ao longo da vida de um ser humano. Produzimos cerca de 1400 novos neurônios todos os dias e essa renovação mostrou-se possível em duas regiões do cérebro humano: na área responsável pelo olfato e no chamado Hipocampo.

O Hipocampo, em especial, é a área do cérebro relacionada com emoções, memória e a aprendizagem. Uma das funções mais importantes do Hipocampo relacionado a memória é o processo de “reconhecimento de padrão de memória“.

Como é o “reconhecimento de padrão de memória“?

O processo de memória do cérebro humano guarda as informações e registra todos os estímulos que sofremos durante a nossa vida e que são marcantes para nós. As memórias são associadas à visão, ao cheiro, sabor, etc..

“Eu, por exemplo, quando sinto cheiro do bolo de cenoura da minha avó transporto-me imediatamente para a minha infância, lembro-me dos dias quando brincava com meus primos na casa da minha avó.”


Em resumo:

•    Quando temos uma nova experiência sempre a relacionamos com uma anterior, seja ela boa ou ruim. A isso chamamos “reconhecimento de padrão de memória“.
Quando realizamos exercícios físicos aeróbicos, favorecemos a produção de novos neurônios no Hipocampo que são responsáveis pela separação do “reconhecimento de padrão de memória“, ou seja, os novos neurônios são responsáveis por reconhecer um novo estímulo e conseguir diferenciá-lo de uma memória anterior semelhante. Isso porque relacionamos uma memória diretamente a uma emoção.

Por exemplo, quando colocamos o dedo na tomada e tomamos um choque pela primeira vez nunca mais tornamos a repetir isso, certo? Isso porque associamos a memória com uma emoção ruim de tomar o choque.

Agora vamos entender melhor como a memória se relaciona com a emoção e os transtornos de ansiedade?

Veja o exemplo a seguir: se você está em casa, a noite, sozinho e escuta um barulho da porta. Pode achar que pode ter alguém invadindo a sua casa ou que simplesmente a porta bateu sozinha, não é?

1.    Pessoa normal: consegue diferenciar os dois eventos apesar de eles serem semelhantes, você pode até tomar um pequeno susto com a porta batendo mas rapidamente percebe que ninguém está invadindo.

2.    Portador de síndrome do pânico: se você é uma pessoa que já teve sua casa invadida por bandidos, por exemplo, possui um trauma (estresse pós traumático) e desenvolveu um transtorno de ansiedade. Você pode não conseguir diferenciar as situações e iniciar um ataque de pânico mediado por uma memória ruim. Ou seja, você realmente acha que alguém está assaltando a sua casa de verdade quando isso não está acontecendo.

Será que podemos deduzir que uma pessoa com uma quantidade diminuída ou inapropriada de novos neurônios tem dificuldade de separar um estímulo antigo de um novo estímulo? Sim. Estudos de laboratório com camundongos mostraram exatamente isso: um déficit na produção de novos neurônios pode estimular os transtornos de ansiedade.

Como funciona:

Segundo o estudo, os novos neurônios têm a grande função de ativar os neurônios inibitórios, que são aqueles que impedem a estimulação excessiva do hipocampo. Esse efeito possibilita uma melhor distinção de uma memória antiga de um novo evento. Quem tem baixa produção de neurônios novos, como as pessoas com transtornos da ansiedade, acabam ativando muitos neurônios antigos e poucos neurônios inibitórios. O resultado da recordação da experiência antiga em associação com o acontecimento presente gera a deflagração de uma emoção antiga ruim.

Na verdade os novos neurônios parecem ser mais importantes do que se pensava. Um estudo realizado na Columbia University mostrou que antidepressivos como a Fluoxetina (usado no tratamento de alguns pacientes com transtornos de ansiedade e depressão) dependem da neurogênese para aliviar os sintomas. No entanto, ainda são necessários mais estudos para se descobrir um fármaco que possa estimular a neurogênese e melhorar quadros de depressão, declínios cognitivos decorrentes do envelhecimento, síndromes do pânico e transtorno de estresse pós traumático.

O que sabemos é que os exercícios físicos são grandes aliados no combate a depressão, transtornos de ansiedade e que comprovadamente aumentam o número de novos neurônios no hipocampo cerebral.

Bibliografia:
1.    Increasing adult hippocampal neurogenesis is sufficient to improve pattern separation. A. Sahay, K. N. Scobie, A. S. Hill e R. Hen em Nature, vol.472, pags. 466-470, 2011.
2.    Neurogenesis and generalization: a new approach to stratify and treat anxiety disorders. M. A. Kheirbek, K. C. Klemannhagen em Nature Neurogenesis, Vol 15, pags 1613-1620, 2012.
3.    Enviromental Enrichment and voluntary exercise massively increase neurogenesis in the adult hippocampus via dissociable pathways. Olson A.K., Eadie B. D., Ernst C. e Christie B. R. PubMed 2006

Autor: Guilherme Renke – Site #30tododia